Pavilhão do Brasil na 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza
Brazilian Pavilion at the 16th Venice Architecture Biennale 2018 Veneza, Itália Título da exposição Exhibition Title Muros de Ar Curadoria Curatorship Sol Camacho, Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa Comissário Commissioner João Carlos de Figueiredo Ferraz, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo ArchPaper ArchDaily ArchDaily BR ArchDaily BR Folha de São Paulo Equipe Team Coordenação Coordinator Gabriel Duarte Arquitetos Architects Chiara Scotoni, Olivia Serra, Barbara Graeff, Rafael Marengoni, Haydar Baydoun, Heloisa Escudeiro, Miguel Darcy, Giusepe Filocomo, Manoela Pessoa, Leonardo Serrano, Nitzan Zilberman, Catarina Flaksman Estagiários Interns Júlia Figueiredo, Larissa Guimarães, Luiz Filipe Rampazio Entrevistas e workshops Interviews and workshops Coletivo ENTRE, Ana Altberg (coordenador), Mariana Meneguetti (coordenador), Joana Martins, Juliana Biancardine, Manuela Muller, Michel Zalis, Nathalia Perico, Stephanie Marques Grupos e instituições de pesquisa Research groups and institutions Data Zap, Global Forest Watch, Mapping Lab (Carolina Passos), Nexo Jornal, Rede Cidade e Moradia, VIVA Projects, MIT – School of Architecture + Planning (Clarence Yi-Hsien Lee, Collyn S Chan, Cristina Grace Clow, Jaehun Woo, Maia Sophie Woluchem, Marissa Elisabeth Reilly, Nitzan Zilberman, Robert Alva Cain, Yeah Nidam), ETH (Marc Angélil, Patricia Lucena Ventura, Rainer Hehl), FAU USP (LabCidade, Quapa), Cota 760 (Luis Guilherme Alves Rossi, Nicolas Andre Mesquita, Paula Lemos), Escola da Cidade (Pedro Vada (coordinator), Newton Massafumi, Pedro M. R. Sales, Beatriz Dias, Bruna Marchiori, Giulia Ribeiro, Isabela Moraes, Karime Zaher, Marilia Serra, Mateus Loschi, Pedro H Norberto), Consultores de QGIS (Pedro Camargo), Consultores de geologia (Cássio Roberto da Silva – CPRM, Serviço Geológico do Brasil, Cristina Boggi da Silva Rafaelli – Instituto Geológico, Eduardo Soares de Macedo – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Lidia Keiko Tominaga – Instituto Geológico), Universidade Federal do Pará (Graciete Guerra da Costa, Ligia T. Simonian Lopes, Bernadeth Beltrão Rosas Bentes, Rodrigo Augusto de Lima Rodrigues, George Bruno de Araújo Lima, Rebeca Barbosa Dias Rodrigues, Luciane Santos de Oliveira, Stephany Aylla de Nazaré Carvalho Pereira, Glenda de Souza Santos, Rebeca Barbosa Dias Rodrigues, Luciane Santos de Oliveira, Stephany Aylla de Nazaré Carvalho Pereira, Glenda de Souza Santos) Produção Production Arquiteto local Local Architect Martin Weigert Produção gráfica Graphic Production Ligia Pedra Impressão do catálogo Catalogue printing Opero Montagem e trabalho em metal dos mapas Maps metal work and assembly Euroimmagine S.r.l |
O conceito e título Muros de ar foi pensado para responder à proposta Freespace, das curadoras Yvonne Farrell e Shelley McNamara, como uma provocação capaz de questionar: 1. as diferentes formas de muros que constroem, em diversas escalas, o território brasileiro; 2. as fronteiras da própria arquitetura em relação a outras disciplinas.
Assim, partimos para uma reflexão sobre o quanto a arquitetura no Brasil e seus desdobramentos urbanos são de fato, livres. Sem a pretensão de chegar a uma resposta, mas com a ambição de abrir a conversa para um público grande e diverso, optamos por tentar tornar visíveis processos que muitas vezes não são percebidos, em função de sua natureza ou escala. As barreiras imateriais que são erguidas entre pessoas ou bairros, e os processos de urbanização do Brasil em uma escala continental são exemplos de questões sobre as quais nos debruçamos. O conteúdo foi construído a partir do mais amplo entendimento possível da arquitetura, relacionando a disciplina aos diversos campos e forças que compõem o meio físico contemporâneo. Organizamos a pesquisa em dez grandes abordagens/linhas de estudo, com a intenção de revelar, em diferentes escalas, uma nova perspectiva sobre os processos de urbanização em andamento no Brasil: 01. Cruzamentos - Arquitetos brasileiros no exterior Quão franca é a troca dos arquitetos brasileiros com o mundo? 02. Fluxos Humanos - Assimilação cultural como diluição de barreiras Quão aberto é o Brasil à recepção de imigrantes? 03. Fluxos Materiais - Rastros físicos da negociação de commodities Quão sensível é o ambiente urbano à movimentação de commodities? 04. Paisagem Fluida - Encontro dos ecossistemas natural e humano Quão desregulada é a relação entre os ecossistemas humano e natural? 05. O Mapa não é o Território - O redesenho da fronteira Quão desimpedido é o acesso à fronteira brasileira? 06. Sucessão de Bordas - Narrativas da construção de um pais urbano Quão desvinculada de um projeto coeso de pais tem sido a formação urbana do Brasil 07. Geografia dos Investimentos Imobiliários - Discordâncias entre as agendas do capital e da arquitetura Quão desobstruída é a agenda do Mercado Imobiliário em relação àquela da Arquitetura? 08. Habitar a Casa ou a Cidade? - O Impacto do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida Quão generosos são os programas habitacionais brasileiros em oferecer o direto à cidade? 09. Divisões Sólidas - Fronteiras na cidade Quão livre é a transposição de limites entre tecidos urbanos distintos? 10. Criptografia das Relações de Poder - Desobediência e Exclusão na Cidade Quão liberador pode ser o Pixo em revelar as lógicas de poder da cidade? Paralelamente, sondamos o panorama nacional de pesquisadores e profissionais com trabalhos relevantes, no espectro dessas dez abordagens, e convocamos mais de vinte especialistas para escrever ensaios aprofundando cada uma delas. Alguns trabalharam sozinhos, outros envolveram na tarefa seus grupos de pesquisa, universitários ou de empresas privadas. De Norte a Sul do país, este grupo de pessoas torna visíveis, com seus textos, as inúmeras maneiras de entender os muros que conformam nosso país e, assim, de refletir sobre o significado de Freespace. O resultado desta complexa constelação de pessoas, que trabalharam incessantemente durante seis meses, toma no Pavilhão do Brasil a forma de dez grandes desenhos cartográficos. Com 3 × 3 metros cada um, foram criados especificamente para a mostra Muros de ar, e cartografam de forma minuciosa as dez abordagens que nos parecem relevantes na prática daqueles que são responsáveis por construir o meio físico, sejam arquitetos ou não. |
The concept and title Walls of Air was conceived as a response to the theme of Freespace proposed by curators Yvonne Farrell and Shelley McNamara, as a provocation capable of questioning: 1. the different forms of walls that build, in multiple scales, the Brazilian territory; 2. the borders of architecture itself in relation to other disciplines.
Therefore, a reflection began on how much Brazilian architecture and its urban developments are, in fact, free. Without the ambition of reaching an answer, but hoping to open the conversation to a large and diverse public, we chose to shed light on processes that often go unnoticed due to their nature or scale. The immaterial barriers built between people or neighborhoods, and the processes of urbanization in Brazil on a continental scale are examples of questions we considered. The content was created based on the widest possible understanding of architecture, relating the discipline to the various fields and forces that make up the contemporary physical environment. We organized the research in ten broad approaches/lines of study, with the aim of revealing, on different scales, new perspectives on the ongoing urbanization processes in Brazil. They are: 1. Crossbreedings - Brazilian architects abroad How frank is the exchange of Brazilian architects with the world? 2. Human Flows - The dilution of barriers through cultural assimilation How open is Brazil to the reception of immigrants? 3. Material Flows - Physical imprint of Commodities exchange How sensitive is the urban environment to the movement of commodities? 4. Fluid Landscape - Meeting between natural and human ecosystems How unregulated is the relationship between the human and natural ecosystems? 5. The map is not the territory - A retraced border How unimpeded is the access to the Brazilian border? 6. Succession of Edges - Narratives on the building of an urban country How detached from a cohesive vision of Brazil has the urban formation of the country been? 7. Geography of Real Estate Market - Controversies between the agenda of capital and architecture How unobstructed in the agenda of the Real Estate market against that of Architecture? 8. Inhabiting the House or the City? - The Impact of the Minha Casa Minha Vida Housing Program How generous are Brazilian housing programs in offering the right to the city? 9. Solid Divisions - Borders within the City How unrestrained is the trespassing of limits between disparate urban fabrics? 10. The Encryption of Power- Disobedience and Exclusion in the City How liberating can Pixo be in revealing the city's power logics? In parallel with this, we probed the national scene in search of researchers and professionals with relevant works to these ten approaches, and invited more than twenty specialists to write an essay exploring each of them more in-depth. Some of them worked alone, others involved their research groups (academic or private companies) in the task. From Brazil’s North to South, this group of people produced essays that reveal the countless ways of understanding the walls that shape our country, thus reflecting on the meaning of Freespace. The result of this complex constellation of people, who worked for six months, is presented in the Brazilian Pavilion in the form of ten large-scale cartographic drawings. Measuring 3 × 3 meters each, they were created specifically for the exhibition Walls of Air, and provide a detailed cartography of the ten approaches that seem relevant in the practice of those responsible for constructing the physical environment, whether they are architects or not. |