PIPA - Projeto Integral Paraisópolis Avança
2014 - em andamento Paraisópolis, São Paulo Centro comunitário de uso misto Mixed use Neighborhood Center Projeto não construído Unbuilt project Lafarge Holcim Cliente Client Exxpon Arquitetura Architecture Equipe RADDAR - Sol Camacho, Didier Callot, Heloisa Escudeiro |
O Projeto Integral Paraisópolis Avança (PIPA) é um centro de uso misto com programas cívicos, culturais, educacionais, comerciais e de serviços, oferecendo um espaço aberto com programação pública. O processo de projeto foi um esforço colaborativo entre a equipe RADDAR, a investidora Exxpon e as associações comunitárias existentes. De um lado, os programas temporários em andamento permitem conversas e atividades com os principais agentes locais e antecipam usos futuros. Do outro, o engajamento com esses grupos fornece vários loops de feedback para gerar um conceito arquitetônico adaptável. Como resultado, o PIPA sustenta a necessidade de reforma do uso da terra em Zonas de Interesse Especial - ZEIS para lidar com a escassez de instalações culturais e sociais, quebrar o isolamento do parque habitacional social e capacitar a comunidade.
PIPA nasce da percepção de que favelas em todo o Brasil estão mudando rapidamente e sendo incorporadas pela chamada cidade formal. Apesar dessas condições de rápida mudança, uma das principais causas da segregação urbana permanece: o ambiente construído. Como a maioria das favelas, Paraisópolis é um conjunto informal auto-construído altamente denso e complexo; é a segunda maior favela de São Paulo, com uma população de mais de 100.000 habitantes. O espaço público aberto é praticamente inexistente, a circulação é difícil, a segurança é difícil de ser aplicada e, além do campo de futebol, não há área pública real para a comunidade se reunir. Usando a arquitetura e o desenho urbano como as principais ferramentas, o PIPA aproveita a “normalização” da favela como apenas mais um bairro da cidade e o crescente poder de compra de seus habitantes para fornecer a eles algo do que falta em espaço público e criar um espaço de convivência de referência para Paraisópolis. O PIPA está lidando com o problema da reclusão ao permitir que um espaço comercial maior se estabeleça na área, tornando muitas mercadorias mais disponíveis e acessíveis, ao mesmo tempo em que visa criar um espaço público generoso ao ar livre para as pessoas se reunirem. O PIPA visa criar um exemplo de urbanismo para a favela, entendendo as realidades da escala de denso tecido urbano local, inspirada em técnicas e materiais pelo know-how local, em oposição à importação de soluções genéricas de 'shopping center' inevitavelmente falhar a aceitação da comunidade. O projeto se estrutura em quatro edifícios separados, organizados de forma a permitir a criação de duas praças públicas, permitindo que usuários, funcionários e a comunidade circulem em torno de um espaço público com qualidade urbana. As praças também podem abrigar mercados temporários e outros eventos públicos. Seu térreo é programado com serviços como farmácia, supermercado e lojas de eletrônicos de consumo; outros andares com serviços como academia, lojas de entretenimento infantil e restaurantes. No centro do projeto, um anfiteatro de espaço aberto dará a possibilidade de sediar o balé local, a orquestra ou qualquer outro tipo de atividade cultural, como cinema ao ar livre ou teatro. |
The Projeto Integral Paraisópolis Avança (PIPA) is a mixed-use center with civic, cultural, educational, commercial and service programs, offering an open space with a public agenda. The project process was a collaborative effort between the RADDAR team, the investor Exxpon and the existing community associations. On one hand, the ongoing temporary programs enable conversations and activities with local actors and anticipate future uses. On the other, the involvement with these groups provides multiple feedbacks to generate an adaptive architectural concept. As a result, PIPA supports the need to rethink the land use in ZEIS (Social Interest Zone) to handle with scarcity of cultural and social facilities, break the isolation of the social housing stock and empower the community.
PIPA is born from the perception that the favelas throughout Brazil are rapidly changing and are being incorporated by the so-called formal city. Despite these rapidly changing conditions, one of the main causes of urban segregation remains: the built environment. Like most favelas, Paraisópolis is a highly dense and complicated self-built informal complex; it is the second-largest favela in São Paulo, with a population of over 100.000 people. An open public space practically does not exist, the mobility is difficult, security is difficult to apply and, apart from the soccer field, there is no real public area for the community to congregate. Using architecture and urban design as its main tools, PIPA leverages the “normalization” of the favela as just another neighborhood of the city and the increasing buying power of its inhabitants to provide them with what is lacking in public space and create a reference living space for Paraisópolis. PIPA is addressing the problem of seclusion by allowing a larger commercial space to be established in the area, making many commodities more available and accessible while creating a generous outdoor public space for people to gather. PIPA aims to set an example of urbanism for the favela, understanding the realities of the scale of dense local urban fabric, inspired by local know-how and techniques, as opposed to importing generic 'shopping center' solutions inevitably failing acceptance from the community. The project is structured in four separate buildings, arranged to create two public squares, allowing users, employees and the community to circulate around a public space with urban quality. The squares can also host temporary markets and other public events. Its ground floor is projected with services such as pharmacy, supermarket and electronics stores; the other floors have services such as a gym, children's entertainment stores and restaurants. At the center of the project, an open-space amphitheater will be able to host the local ballet, the local orchestra or any kind of cultural activity, such as open-air cinema or theater. |